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Qual é o Futuro do Design?
“Qual é o Futuro do Design”, perguntou o amigo Renato Paixão no Twitter.
Eu logo pensei na resposta e escrevi esse texto, pensando e focado majoritariamente em UX Design, Design Digital, Design de Interação, Product Design (Digital), Design Gráfico, UI e afins.
- Ingênuo, Assimétrico e Incerto
- Amplo, com 100x mais potencial que a Internet/Mobile
- Seguro da automação pelos próximos ~5 a 15 anos
Em julho de 2022 eu comecei a falar, antes de ChatGPT, Stable Diffusion como Design, Jogos, Arte, Arquitetura e Música estavam prestes a mudar radicalmente.
Eu tinha acabado de ver o progresso em redes generativas adversariais e ferramentas de Inteligência Artificial se tornando comerciais. Imediatamente entendi como isso redefiniria (técnica, social e filosoficamente) tudo sobre a direção, contexto, economia da unidade ($$) e a curva de experiência dos negócios, onde o Design proeminentemente atua hoje — como fez o computador.
Hoje, com todos os avanços e progressos, isso é óbvio.
O vídeo é uma demonstração do ‘NVIDIA Canvas‘, que vinha fazendo aparições desde 2019.
Naquele momento, já surgiam imagens estranhas e confusas, geradas por DALL·E, Craiyon e Google Imagen. Ou como pesquisadores da NVIDIA e Stanford University desenvolveram uma tecnologia não supervisionada capaz de gerar imagens 3D de alta qualidade em tempo real, usando apenas fotografias 2D.
O meu primeiro pensamento
Se o Canva, aclamado pelo mercado por "democratizar o Design", é avaliado em R$ 220 bilhões (pré-crise), imagine algo do tipo.
Logo depois, eu postei como o Antonio Cao fez um tweet/vídeo falando sobre o potencial desenvolvendo de um plugin para o Figma — foi um sucesso.
Cenário geral na era da Inteligência Artificial
Eu dividi o grande cenário (não exclusivamente sobre Design) de Inteligência Artificial, em 3 grandes partes.
Essas, influenciam e determinam as trajetórias possíveis desse Futuro do Design (e de tudo).
Nesse espaço vou tentar definir, com base na minha opinião e perspectiva, o cenário onde o Design está hoje e estará nesse futuro possível.
1. Automação
Tem circulado uma frase sobre como a IA não preocupa, pois o cliente não sabe o que quer.
Essa frase ignora o fator principal — o contexto, em que essa relação comercial, pode e ‘exige’ fazê-lo.
Pela mesma lógica, é como dizer que drive thru ou o e-commerce não dariam certo por que a pessoa não saberá o que pedir.
Automação é uma das grandes palavras quando se fala no cenário atual, contemplando IA.
Estudos, como esse (em inglês), visam identificar fatores que impactam o nível de risco, permitindo-nos começar a pensar sobre como a automação afetará nossos próprios campos específicos.
Nesse estudo específicamente, são três critérios:
- Percepção e manipulação
- Inteligência criativa
- Inteligência social
Por conta disso, nesse momento atual, a posição do Design/Designer é interdependende e apoiada nesses 3 elementos.
2. 'Internet Inteligente'
Acontece nesse momento a maior transformação dos últimos 40 anos: o nascimento do “novo computador”, da “nova internet”, da nova “prensa móvel”.
Assim como fez esses dois grandes eventos, empresas, setores e profissões – hoje totalmente sólidas – serão completamente engolidas e extinguidas. Atuações serão reconfiguradas, novos atores e indústrias serão criadas.
A ideai de Internet inteligente representa um novo modelo, de pesquisa generativa personalizada. Distribuída e dinâmica, alimentada por IA que compacta conhecimento de imagem, áudio, texto, código, vídeo, mais…
Um é novo paradigma, um novo mundo.
Antes, nos negócios era pensado um Produto e depois considerava ‘uma camada de Aprendizado de Máquina’ (Machine Learning) e Inteligência Artificial. Algo “adicionado” depois, para complementar o software de alguma forma.
Nesse novo mundo, Aprendizado de Máquina (Machine Learning) e Inteligência Artificial vem primeiro, depois a ‘camada de Produto’.
3. Um novo Mundo
A Internet mais acessível e mais rápida, GPS, smartphones, novas arquiteturas, novos hardwares, dispositivos móveis, Cloud, entre outros eventos tecnológicos, criaram um novo mundo — e novos vetores de atuação e relevância para o Design.
A Inteligência Artificial, com a Automação e a Internet Inteligente, vai criar um fenômeno absurdamente maior.
- Novos vetores. Hardware, Software, Mobile, Sites, Dispositivos — tudo será recriado e reconfigurado por conta de IA
- Uma nova era de UX. IA tornará interfaces e interações dinâmicas, intuitivas, pessoais e acessíveis com alto grau de personalização (preferências, cultura, intenções e hábitos)
Será o domeço das “Interfaces cambiantes” ou das “Não Interfaces”, que respondem às condições, limitações e de acordo com a sua intenção
Em tempo isso estará nas mãos de qualquer um
Eu dei um exemplo aqui, como Futuras Proptechs – ou qualquer e-commerce – poderá usar 1 recurso (foto/vídeo/descrição) para gerar X novas listagens/produtos (como um Dropshipping) para o usuário/cliente automaticamente, em um grande teste A/B.
Poderá ser automático e preditivo, através de trackers que dizem as preferências de estilo, uso, cor, estilos, orçamento, ou através do preenchimento/busca do próprio cliente no App/Site. Ou também o inverso! Plataformas poderão customizar um item, usando realidade aumentada com tecnologias como “Space Eraser” da Apple, como falei aqui (abaixo).
Eu havia em falado como o Google não iria mais só indexar resultados com seu site, vídeo, etc… ele passaria a criar exatamente o resultado que você quer. E foi isso que aconteceu, com o anúncio recente no Google I/O 2023 (em inglês).
- Com muito mais conteúdo, a ideia de mídia social será outra. De Influenciadores (humanos) para Avatares (digitais). Perfis vão servir de “identidade” e base pessoal de dados para modelos.
- A Música pode não ter um “artista”. Você terá as suas músicas, geradas à partir da combinação das suas ideias, sons, elementos favoritos.
- A Ciência poderá buscar referências, evidências e correlações em bases de dados, eventos, publicações para gerar novas hipóteses e teorias. Em março (2022) pesquisadores apresentaram uma alerta na Center for Security Studies (CSS) at ETH Zurich. Eles desenvolveram uma ferramenta generativa (IA) capaz de inventar 40 mil potenciais novas armas químicas em 6 horas, simplesmente adaptando um modelo de verificar a toxicidade em novos medicamentos, para um que projetasse novas moléculas tóxicas.
O Design na era da Inteligência Artificial
Com tudo isso, e muito mais coisas, circunstâncias e variáveis, que não cabem em um único texto ou vídeo, como é o Futuro do Design na era da Inteligência Artificial?
Design e Negócios
Se o Design entende mesmo de negócios, tem todas as respostas, soluções e criatividade genial, por que não temos mais fundadores(as) Designers? Por que você não cria o seu negócio?
A Inteligência Artificial vai potencializar e muito o ruído nessa relação Design x Negócios.
É meio óbvio, mas conhecimento e competência em outras áreas e campos nunca é ruim. É um dos diferenciais e acontece em todas áreas e mercados.
Se o Designer que entende de Finanças ou Marketing é reconhecido, consegue o tal ‘lugar na mesa’, o mérito daquele profissional, não do Design. Entende?
O Design precisa mostrar seus benefícios e resultados através do Design. Ele não terá impacto positivo, ou talvez espaço, na resolução de problemas complexos reais (como o Designer gosta de se imaginar) sem uma grande reformulação sobre onde o design realmente se encaixa — sem ego ou fantasias, especialmente na era da Inteligência Artificial.
É possível que em um Futuro breve, novas atuações e posições, misturando Design e X, surjam para esse fim.
- Em décadas buscando, o Design não conquistou e não vai conquistar (agora com IA) ‘espaço na mesa’ — assim como várias disciplinas
- O que a maioria chama de ‘Empatia’ ou ‘Colaboração’ é tratado como etapa/processo — e será facilmente replicado por IA. Não é um ‘ativo’ exclusivo do Designer. É superficial e subjetivo do ponto de vista de negócio
- O Design é totalmente despreparado para entrar nos espaços de problemas cientificamente definidos seguidos de soluções que demonstrem benefícios objetivos
- Raramente se vê Designer falando realmente de negócios, de problemas complexos reais ou como pessoalmente trouxe resultados específicos através da própria atuação e/ou Design. É tudo especulativo, circunstancial ou sem distinguir correlação de causalidade. IA pode preencher esse espaço
- (Com IA) A ausência de espaços de nivelamento, encontro e participação vai aumentar a confusão e percepção de relevância do Design/Designer e dificuldade níveis de capacidade
- Muitas ideias, padrões e práticas de Design hoje são difundidas globalmente por profissionais de Design em um contexto bem único (Cultura, padrão de uso, escala, $$ e/ou base). Na maior parte só uma etapa, visando o lucro, como um meio de otimizar ou incentivar o consumo e o re-consumo de produtos e serviços. IA vai potencializar isso.
Você já viu o pessoal de Python pedindo reconhecimento e ‘um lugar na mesa’? A galera de JavaScript? O pessoal de IA? o Marketing? O Jurídico? Por que será?
O Design precisa se concentrar em fazer bem o seu papel e acordar da ilusão sobre a importância real do Design. É hora de abandonar esse ego “messiânico” e de “salvadorismo” (que é vendido por quem vende Design) como se o Design fosse o único e capaz de resolver todos os problemas da Empresa e do Mundo. Não é — e com a Inteligência Artificial será muito menos.
E tudo bem. O Design é perfeito e extremamente relevante para resolver outras questões.
Design e Tecnologia
Inteligência Artificial no Design será uma jornada em 4 etapas. No primeiro momento, será criativa, principalmente sobre otimização e velocidade.
1. "A democratização" e os não designers como designers
Nosso objetivo é democratizar [insira aqui qualquer setor]
toda empresa em 2023 Tweet
Como o Youtube fez com a produção e distribuição de vídeo, o Instagram fez com foto, UBER, Airbnb e muitos aplicativos fizeram com inúmeros mercados.
O Design (como mercado) está prestes a ter o seu momento com novas ferramentas que tornam. Ferramentas de edição tradicionais como o Photoshop, antes complexas para a pessoa comum, podem se tornar completamente obsoletas.
Um produto recentemente revelado chamado DragGAN permite que os usuários alterem radicalmente as imagens – de expressões faciais ao layout de uma paisagem – sem nenhuma experiência anterior de edição.
Desenvolvido por pesquisa (em inglês) do Google e do Max Planck Institute of Informatics, o DragGAN (“Drag Your GAN“) funciona utilizando múltiplos pontos que a pessoa pode simplesmente “arrastar” para criar diferentes efeitos sem comprometer o realismo da imagem.
A Adobe está na corrida, e fez o lançamento oficial no seu blog com o título de “O Futuro do Photoshop”.
Eles lançaram um beta do Photoshop com o “Generative Fill”, o ‘primeiro copiloto do mundo em fluxos de trabalho criativos e de design’ para gerar imagens extraordinárias a partir de um simples prompt de texto e concluir em segundos, tarefas que anteriormente poderiam levar horas ou dias.
2. 'O manobrista' de design
Um J.A.R.V.I.S. (Marvel) ou Samantha (Her) primitivos. Para executar tarefas antes manuais e demoradas, principalmente as de baixa abstração e escopo restrito.
Aplicativos e serviços – novos e antigos – vão conseguir analisar, com velocidade, grandes quantidades de dados, informações, condições e parâmetros e sugerir ajustes, visuais e ideias. Um designer, como um ‘curador’, pode então escolher e aprovar ajustes com base nesses dados. O que por si só já não parece uma posição (de negócio) muito sólida de estar, considerando que a IA em si, no segundo momento, terá essa inteligência compactada.
Prototipagem rápida será feita muito mais rápido, usando esboços básicos e pouco sofisticados, digitalizados por smartphone, imediatamente otimizados e adequados aos parâmetros e bibliotecas de componentes pré-estabelecidos ou gerados instantaneamente, renderizando um protótipo, tela, fluxo ou mais.
3. Geração de recursos e artefatos
Em um terceiro momento, a Inteligência Artificial será capaz de gerar designs abrangentes e sofisticados, com etapas de implementação e níveis de abstrações e complexidade mais altas, mas ainda em um escopo restrito.
Alguns exemplos de futuros aplicativos e serviços no ciclo (1, 2 e 3):
- Automação de pesquisa, análise, relatórios, documentação, coleta e testes com o usuário
- ‘Personas digitais’ e Avatares serão um mercado, para o testes (A/B e outros) e simulações de campanhas, reações humanas, ideias e propostas
- Geração instantâneas de ideias, referências, análise de concorrentes, atributos, wireframes, conceitos e protótipos iniciais
- Análise preditiva, Personalização e ‘interfaces adaptativas’ em tempo real, com base no comportamento anterior, dados relevantes ou uma base [x], segundo preferências, cultura, objetivos e hábitos
- Análise e adequação de Usabilidade, considerando normas, legislações locais, as interações e condições do usuário e padrões de navegação
4. Automação
A última etapa é a automação de ponta a ponta do processo.
O Designer 'do Futuro'
Onde se pode automaticamente ‘pensar’, pesquisar, prototipar, medir, iterar e desenhar, o papel do Designer será reconfigurado. Realidade virtual, aumentada e mista vão explodir e se tornarão a próxima grande fronteira de oportunidade para o Design.
Um Design focado na criação de ‘Mundos’, nas interações uns com os outros, como criamos e comunicamos experiências compartilhadas, sensações, objetos e experiências (não só) virtuais.
Mas principalmente apoiado em 3 aspectos:
- Percepção e manipulação: reconhecer objetos ou aspectos de objetos para trabalhos que envolvem muita destreza com os dedos ou manipulação precisa de objetos pequenos e irregulares.
- Inteligência criativa: a capacidade de apresentar ideias realmente pertinentes e valiosas, e descobrir maneiras de resolver diferentes tipos de problemas de diferentes formas.
- Inteligência social: reconhecer em tempo real as emoções humanas.
Alguns campos, hipóteses e aplicações dessas capacidades do Designer do Futuro.
Realidade virtual, Aumentada e Mista
Essa corrida já começou faz tempo, mas agora é bem “real”, principalmente entre Apple e Meta.
A Meta aparentemente se antecipou e anunciou oficialmente seu headset Quest 3 VR em um post no Instagram de Mark Zuckerberg — antes do anúncio da Apple, especulado para dia 05/06/2023 na WWDC 2023. A empresa planeja compartilhar mais em seu evento Connect em 27 de setembro.
Há 9 meses eu falava no Linkedin sobre Realidade virtual, Aumentada e Mista, sobre como eu via Dynamic Island do iPhone (recém lançado) como uma introdução gradual, que prepara uma transição na linguagem de interação (talvez novo OS) para a Apple de 2024 em diante. Para a próxima plataforma pós-smartphone — Carro e Realidade Virtual. E agora, passado o anúncio, parece que eu estava certo.
O ‘Apple Vision Pro’ será um sucesso gigantesco e salto tecnológico, para (o Design) esse futuro com a Inteligência Artificial.
Naquele momento eu fiz uma imagem ilustrativa imaginando e especulando o uso de algumas patentes da Apple para novas superfícies, dispositivos e ‘realidades’.
Exemplos:
- Janelas “dinamicamente” como telas, em um novo uso de áreas essenciais (ex.: retrovisor) para interação
- A “ilha” como sistema de direção, notificação e identificação para/em VR, AR e MR
A ideia me veio da proposta do CarPlay na WWDC22, com controles e UI extensa.
A Emily Schubert, Apple Sr. Manager disse: “Seu iPhone se comunica com os sistemas do veículo em tempo real, mostrando informações de direção, velocidade, RPMs, combustível, temperatura e muito mais”. “Não importa que tipo de formatos de tela ou layouts exclusivos você possa ter, esta próxima geração do CarPlay vai parecer ter sido feita especificamente para o seu carro.”
Parece que a Dynamic Island quebra as ‘Diretrizes de Interface Humana’ da Apple para interfaces (touch). E olhando o histórico de rollout da empresa, as últimas patentes e avanços tecnológicos sugerem uma Apple visando Realidade Virtual (VR), Realidade Aumentada (AR) e Realidade Mista (MR).
- Tecnologias como Detecção Humana Avançada, Mapeamento de Superfícies/Bordas/Dimensões, LIDAR, entre outras.
- Ser “integração” software e hardware em tudo (não só o iPhone)
- Visar múltiplos status, objetivos e linguagens de interação (além do touch)
- Visar múltiplas superfícies
Projeto Titan (Codinome do “Apple Car”)
- Como uma limusine! Direção absolutamente autônoma (Nível 5) potencialmente sem pedais ou volante, e sem necessidade de intervenção do motorista em quaisquer condições ou situações de direção
- Contratação de Luigi Taraborrelli, ex-chefe de desenvolvimento de chassis da Lamborghini
- Foco na tecnologia de ‘veículo-para-tudo’ (V2X) de comunicação entre carros e dispositivos (“Internet das Coisas”)
- Desde 2000 foram registradas +250 patentes (software e hardware)
Realidade virtual, Aumentada e Mista no trajeto da Apple e indícios
- Expansão do ARKit
– Indícios de um novo sistema operacional chamado “realityOS”
Codinomes N301 e N421 - Aquisições de startups no segmento: Vrvana, Camerai, SensoMotoric, NextVR, Longmont, PrimeSense, Spaces, Flyby Media, RealFace, IKinema, Metaio, Faceshift, Emotient entre outras
- Sistema de rastreamento ocular avançado, com reconhecimento de íris e potencialmente como método de autenticação
- Detecção 3D para gestos de mão, pele e expressões, além de objetos no amiente e controle de voz com suporte para Siri
Agora com Apple Vision Pro confirmado e revelado, algumas características promissoras:
- Não tem controle, apenas os dedos — exatamente o que previ, uma nova linguagem de interação. Ao que parece, a Apple treinou o melhor modelo de reconhecimento de gestos de mão que existe. Requer rastreamento de dedo hiperfino que funciona de forma robusta em todos os tipos de iluminação ambiente, gestos, posições de mão e oclusão
- São 12 câmeras, um sensor LIDAR e uma câmera TrueDepth, bem como iluminadores infravermelhos para garantir que as câmeras possam ver suas mãos em ambientes escuros para fins de controle
- O dispositivo em si ajusta de forma elegante a interpolação entre o mundo real e o virtual de forma totalmente imersiva
- O EyeSight reconhece os humanos ao seu redor e interrompe a imersão quando necessário
- Há um scan de rosto que pode reconstruir na forma de um avatar que pode ser sua persona digital para chamadas do FaceTime no Vision Pro
- Tem câmera 3D integrada que permite gravar em 3D e assistir em 3D, inclusive filmes
- A Apple está fazendo em parceria com a Disney, e o Disney+ estará disponível no primeiro dia
- O Vision Pro tem uma tela 4K para cada olho, com pixels de apenas 23 mícrons de tamanho e áudio espacial que analisa a sala ao seu redor para fornecer o melhor som
Realidade virtual, aumentada e mista serão alguns dos grandes vetores do Design do Futuro. As interfaces e interações nesse novo mundo exigirão aprimoramento e novas formas de interação.
Design Preditivo, Dinâmico e a 'Não Interface'
A Inteligência Artificial permitirá o surgimento de um ‘design preditivo e dinâmico’ – muito além do responsivo – que se adapta à inúmeras circunstâncias e antecipa as necessidades de um usuário para gerar automaticamente elementos de interação mais adequados para ele.
Novos dispositivos e Superfícies
A Inteligência Artificial vai exigir e inundar o mercado de uma infinidade novos produtos não só digitais, mas também físicos. Eletrônicos, eletrodomésticos e dispositivos, agora tirando proveito – de forma útil ou não – das capacidades da Inteligência Artificial.
As pessoas entendem o smartphone, hoje tão comum, como um salto único, mas na verdade ele é a convergência de inúmeras inovações que se tornaram e o tornaram possível —
Chips, cameras, GPS, modens de alta velocidade, itinerância (roaming), touchscreens, cartões SIM, leitores de digital, App stores — Apple Store não foi a pioneira nisso), Android, entre outras.
Novas Linguagens de Interação e Linguagem Natural
A maioria das interações com computadores será feita usando linguagem natural, não necessariamente GUIs. Diremos ao nosso computador o que fazer, e ele fará. As interfaces de usuário de hoje em breve parecerão tão arcaicas quanto os telefones fixos para os usuários de smartphones.
Qualquer usuário iniciante se tornara avançados, sem necessidade de treinamento. Qualquer pessoa que possa articular suas ideias em linguagem pode implementá-las, independentemente da experiência.
Hoje, conhecidamente, principalmente Google e Amazon avançam nesse universo.
Através de dispositivos mais intuitivos e perceptivos, teram o poder antecipar e responder a “todas as nossas necessidades” entendendo pistas não verbais.
Um nova linguagem de interação vai surgir, que considera a consciência pessoal, social e espacial com uma visão e objetivo final: dispositivos que realmente nos entendam sem precisarmos explicar e o fim das “microtarefas” (Ex.: pedir comida; fazer compras; pegar, colocar no rosto, ligar e desligar o telefone).
Dados, dados, dados. Para treinar algoritmos (ML) melhores, definindo ações corretas, semelhantes, mas principalmente as incorretas.
Entre outros objetivos, é medir intenção. Algo que o Google tenta em cada pesquisa, usando tempo de permanência em página, backlinks, termos pesquisados, localidade, etc..
Arrastar e soltar, o mouse e ponteiro, tocar, deslizar e ‘beliscar’. Todas interações hoje óbvias.
O Google está buscando um novo paradigma de interação, que seja baseado nas nuances do movimento, com 4 já propostos: “Approach”, “Glance”, “Turn” e “Pass”. E 3 estados do dispositivo: “consciente”, “engajado” e “ativo”.
Parâmetros usados como gatilhos para comandos ou reações em telas e computadores ambiente. Alguns já funcionam no Pixel 4 (Motion Sense) e Nest Hub Max (pausa uma mídia se a palma da mão é levantada).
Um ponto de atenção é ignorar a acessibilidade (Ex.: TEA) e criar mais uma tecnologia com base na ideia de que (todos) “os humanos entendem inerentemente todas essas dicas não verbais sutis, sem sequer pensar conscientemente sobre elas”. Não é o caso.
O reconhecimento impreciso de gestos vai transformar uma experiência útil em frustração ou pior. O maior desafio dos sinais não verbais (além do viés) é ter dispositivos precisos não só em reconhecer microexpressões, sinais implícitos e linguagem corporal, mas também a ‘não intenção’.
No Google, essa nova linguagem de interação é baseada no Soli, um chip (radar) miniatura. Uma interface intuitiva que entende sinais não verbais e qualidades fundamentais, criadas através de uma estrutura de design, que considera áreas como proxêmica e a primatologia para definir as origens de nossos comportamentos instintivos e mediar nosso relacionamento com a tecnologia.
Assistentes e Avatares
Documentação, manuais e perguntas frequentes serão para modelos (visíveis ou implícitos), não para pessoas.
Não precisaremos mais aprender a linguagem peculiar de cada ferramenta de software individual para realizar uma tarefa de forma efizar. Nunca pesquisaremos em fóruns “como fazer X no Salesforce ou Unity ou Figma” – o modelo/assistente fará esse trabalho.
Dos mais básicos, em suas aplicações, usos e interações, aos mais sofisticados, teremos um universo inimaginável de possibilidades.




Voice User Interface
Voice User Interface são uma parte desse Futuro. De Chatbots como produtos ou serviços completos, até a especificidade do Sound Design, da Ergonomia e do UX Writing, há um campo de possibilidades enorme para atuação do Designer e VUIs em um novo conjunto de interações.
Já vemos inúmeros usos e tendência. O ator James Earl Jones (91), uma das vozes mais icônica do cinema, assinou direitos de voz de Darth Vader para ser substituído por IA.
A Respeecher, é uma empresa que faz “clonagem de voz” usando gravações de arquivo e IA para criar novos diálogos usando vozes de artistas do passado.
A recriação da voz do Darth Vader já está na minissérie “Obi-Wan Kenobi”. Além de várias outras vozes em todo o universo de Star Wars, como Luke Skywalker em The Book of Boba Fett.
A Amazon, revelou um novo recurso polêmico para Alexa. Reproduzir a voz de um ente querido falecido com base em uma curta gravação.
“Estamos inquestionavelmente vivendo na era de ouro da IA, onde nossos sonhos e ficção científica estão se tornando realidade.” Rohit Prasad (SVP & Cientista Chefe da Alexa).
Entre outros exemplos.
Design e Educação
A Educação Formal segue atrasada e despreparada (COOMBS, 1968) para equipar e inserir o Design nos contextos, pautas e demandas do próprio Design. Por isso o Futuro das EdTechs também sofrerão uma mudança drástica e propõe uma mudança.
A Educação não-formal (cursos) em geral, infelizmente segue o mesmo caminho. Um monte de “escola” “formando” UX ou Product Designers, sem qualquer perspectiva ou responsabilidade, repetindo o passado.
A realidade dos cursos de Design, é outra.
Seguimos sem ferramentas para encontrar, entender, escolher e decidir melhor, mais rápido e barato sobre a nossa Educação.
Você gasta muito tempo e dinheiro em escolhas ruins. Cursos inadequados, ruins ou caros, com consequências individuais e sistêmicas (AKERLOF, 1970).
Recrutamento
Muito ruído e ineficiência no processo de recrutamento de Designers, com várias Assimetrias. Muita gente talentosa sofrendo com Plataformas (que não funcionam) ou recrutadores soterrados de demandas surreais.
Por isso às vezes não conseguem ter ideia das qualificações reais, da adesão, potencial ou coerência, ou até entender os papéis ou o trabalho na indústria.
Imagina com Inteligência Artificial.
Streisand Effect
É quando tentar ocultar, censurar ou impedir o acesso a algo têm o resultado oposto – a consequência não intencional de chamar muito mais atenção para essa coisa.
Vários sites, como o Getty Images, Newgrounds, PurplePort e FurAffinity, proibíram upload e a venda de ilustrações geradas usando Inteligência Artificial, como DALLE, Midjourney e Stable Diffusion, por receio de problemas legais.
Limitações, Desafios & Polêmica
- (Geo)Políticas, Militares e Econômicas em nível Global [1][2][3]
- Tempo e dinheiro! Vários modelos levam centenas de milhares de horas e dezenas milhares de dólares para serem treinados. Estamos no começo dos investimentos abrangentes em ‘IAcS’ (Inteligência Artificial como Serviço) ou ‘AIaaS’ (Artificial Intelligence as a Service) — o que também gera uma vantagem competitiva do first movers e chance de monopólio
- Limitação de Hardware, Conhecimento e Interconexão para treinar modelos melhores, mais rápido e mais baratos.
- Ética, Impaciarlidade, Privacidade e Direitos Autorais. Já que em tese, qualquer um pode treinar qualquer coisa, usando os dados de qualquer pessoa gratuitamente, para qualquer objetivo
- Acessibilidade. Um dos grandes desafios será garantir que sistemas baseados em IA sejam acessíveis e contemplem todo espectro de condições e interações.
- Legal, Social e a ideia de ‘talento e criatividade’. Um tribunal de apelações dos EUA decidiu que AI não pode ser ‘inventora de patentes’, rejeitando o argumento do cientista Stephen Thaler para 2 patentes supostamente geradas por seu “Device for the Autonomous Bootstrapping of Unified Sentience”.
Erros comuns nas predições
Me surpreende ver, Designer e gente ‘inovadora’, negar e ser incapaz de enxergar o tamanho e potencial e ameaça que está por vir.
Erros comuns nas premissas de quem rejeita o potencial da Inteligência Artificial:
- Inúmeros pesquisadores e CEOs de IA alertam contra o “risco de extinção”, propondo tratar como uma prioridade global, juntamente com outros riscos em escala social, como pandemias e guerra nuclear, ou simplesmente aterrorizados — mas o Designer acha que está imune 🤡
- As pessoas pressupõe que certa atividade ocorre em situação de condições perfeitas e excelência. A realidade é que a grande maioria, por definição, atua na mediocridade
- Que “ideias são imunes a codificação”. Que por não entendermos (hoje) exatamente como elas surgem ou funcionam, nós não vamos entendê-las amanhã e replicar o processo
- “O presente é uma repetição completa do passado”. Quando elas usam o exemplo da pintura, e como na arte acreditavam que a fotografia substituiria por completo a pintura, a gravura e o desenho — e isso não aconteceu
- “O Futuro é limitado ao que eu conheço hoje (presente)”. Que a Sociedade como um todo, seus paradigmas, moral, ética, sistemas, leis permanecerão iguais. As pessoas olham para as novidades e acreditam que aquilo é o limite, que para ali. É quando alguém olha a IA e fala “Ah, mas ela não consegue fazer X”
E é isso — por enquanto! Obrigado pela leitura
Quer falar mais sobre esse assunto comigo? Me procura lá no Linkedin. Se você tem algo para acrescentar, questionar e expandir esse assunto, envie seu texto — vamos pensar e escrever em coletividad(e)!